Um grupo de 25 acadêmicos do Curso de Direito da Faculdade 05 de Julho – F5, realizou nesta quinta-feira, dia 10, uma visita à Comunidade Quilombola Conceição dos Caetanos, na Zona Rural de Tururu no Ceará.
Promovida pela Faculdade F5, por meio da Coordenação do Curso de Direito e organizada pela gestora de extensão e responsabilidade social Profª. Valéria Abreu, juntamente com os docentes George Luís e Adriano Duarte.
A iniciativa visa estimular a aplicação das leis federais 10.639/2003 e 11.645/2008, que estabelecem os caminhos para uma educação multicultural com a inclusão da História da África, além da cultura afro-brasileira e indígena, no currículo escolar e universitário, e prevê a aplicação nos conteúdos programáticos nas disciplinas de História do Direito, Metodologia da Pesquisa Jurídica, Antropologia Jurídica, Economia Política e Desenvolvimento Sustentável para acadêmicos do primeiro e segundo semestres de acordo com o PPC do Curso.
A partir da visita, a Coordenação do Curso de Direito espera tornar realidade uma experiência concreta em torno destas disciplinas, através da curricularização da extensão prevista nas metas do Plano Nacional de Educação 2014-2024, através da resolução do CNE nº 07/2018 e do incentivo à produção de material didático sobre as comunidades quilombolas que possam ser compartilhados amplamente com escolas municipais e estaduais da região.
Segundo a gestora de extensão e responsabilidade social do curso, professora Valéria Pontes, “a proposta deste trabalho de campo é proporcionar também aos professores e acadêmicos do ensino superior e aos jovens da rede municipal e estadual, uma maior aproximação da realidade dos quilombolas loco regionais, valorizando seus direitos culturais, para que dessa forma a comunidade quilombola, faculdade e escolas locais possam produzir seus próprios materiais, entre os quais vídeos, fotografias e textos”, ressalta.
Os professores e acadêmicos tiveram contato com as lideranças locais e as comunidades, onde poderão fazer entrevistas, tirar fotografias e filmar, coletando informações necessárias à produção de material ao longo do desenvolvimento dos projetos de curricularização da extensão em suas disciplinas. Pretendemos que esse primeiro contato com a realidade quilombola proporcione aos professores momentos de reflexões sobre a história, a cultura, a arte, e tradições dessas comunidades. Eles poderão conhecer também a sua localização geográfica e suas demandas, como regularização de suas terras, programas de saúde, financiamento de projetos de fomento e fortalecimento da cultura quilombola – explicou a gestora de extensão do curso.
Esta será apenas a primeira visita de professores e acadêmicos da faculdade às comunidades quilombolas.
Segundo Ana Raquel, acadêmica do segundo semestre: “conhecer a comunidade quilombola foi uma experiência incrível. Conseguimos identificar a realidade do povo e conhecer sua cultura, tendo acesso às danças, comidas típicas, lendas, religião e tudo que molda o dia-a-dia da comunidade. Essa atividade trouxe um conhecimento engrandecedor mútuo e a oportunidade de conhecer um dos povos tradicionais do Brasil”, afirma.
Na ocasião, o grupo foi acolhido pela liderança comunitária local na Escola EQMEF Caetano José da Costa, onde foram recepcionados pela líder comunitária e historiadora Sandra Caetano. Após esse primeiro momento foram realizadas apresentações culturais do grupo de dança mirim da comunidade, visita aos espaços da biblioteca local e acervo cultural de memória viva, bem como aos espaços da economia local como mercadinhos, casa de farinha e outros.
Para a historiadora quilombola Sandra Caetano, “é muito importante a faculdade trabalhar a preservação das diversidades culturais porque através das pesquisas realizadas pelos alunos, temos acesso também aos arquivos coletados, registros históricos, experiências, e demais vivências compartilhadas nas comunidades quilombolas e indígenas. E a faculdade pode fazer a divulgação para outros setores, pois nós sabemos que é dentro do campo educacional que acontecem as transformações dos aprendizados, à respeito da diversidade e da falta de reconhecimento destas comunidades tradicionais. O sentimento que a gente tem como comunidade quilombola é o sentimento de luta, e vários espaços já foram citados que continuam tendo vida através de pessoas da própria comunidade, de lideranças comunitárias que fazem o papel de preservar a cultura local, e transmitem as nossas culturas, as nossas diversidades em qualquer área que sejam estudadas Obrigada!”, declara.